quinta-feira, 16 de outubro de 2008

DIDÁTICA: ORIENTAÇÕES PARA UM PLANO DE AULA

Conteúdo
Genética, biologia molecular e metodologia científica Autor Marcos Engelstein, mestre em Biologia, Professor do Ensino Fundamental e assessor de Ciências. Ano 8º e 9º anos. O tema pode ser trabalhado associado à Genética, no 8º ano ou quando se discute o papel da ciência, em qualquer outra série. Pela necessidade de uma certa abstração do tema, a faixa etária de 8º e 9º anos é mais apropriada (13 a 16 anos).
Tempo estimado Variável.
Depende da disponibilidade dos professores e do envolvimento dos alunos. Introdução Nos últimos anos, temos sido bombardeados com novidades biológicas que parecem destinadas a mudar o curso da história. Em julho de 2000, as notícias sobre o seqüenciamento das bases nitrogenadas do genoma humano e, em novembro de 2001, os relatos sobre o primeiro clone humano nos deixaram perplexos, curiosos e preocupados. Até uma telenovela abordando o tema clonagem foi produzida.
O que existe de verdade em tudo isso?
O que sabemos e o que não sabemos?
Qual a interferência da mídia e quais os significados de cada descoberta?

Se refletirmos um pouco sobre a idéia de clone, vamos perceber que obter uma cópia idêntica de um mesmo organismo ocorre naturalmente nos gêmeos idênticos e na partenogenia (desenvolvimento de um ser vivo de um óvulo não fecundado, como em algumas plantas e invertebrados, especialmente em artrópodes). O uso de clones se faz há muito tempo! Reprodução por estaquia (em que se estimula a reprodução da planta a partir de pedaços do próprio caule) não é exatamente isso?


Obter clones por meio de embriões também não é técnica tão nova. Se o embrião tiver cerca de 200 células, é possível separar o material e obter outros embriões idênticos geneticamente.


Em 1996, uma nova técnica foi apresentada, aquela que deu origem à ovelha Dolly. O fato gerou um grande impacto na comunidade científica, pois ocorrera a transferência de um núcleo de uma célula adulta para um óvulo cujo núcleo fora previamente retirado. Com estímulos químicos, foram ocorrendo sucessivas divisões nesse óvulo até chegar a um embrião, implantado em outra ovelha, para gestação.


Muitas expressões têm surgido na mídia, causando confusões e incertezas. Biotecnologia, biologia molecular, alimentos transgênicos, organismos geneticamente modificados. Isso diz respeito aos nossos estudantes? A resposta é sim!

Objetivos

Por que abordar esse assunto polêmico e atual com nossos alunos? Não existe necessidade de ensinar propriamente genética ou biologia molecular. Isso exigiria um grau de abstração que a maioria deles ainda não tem, assim como não tem informações importantes para respaldar a discussão. Mas saber fazer a leitura correta das informações veiculadas é, sem dúvida, uma habilidade desejada. Além disso, é muito importante fornecer informações corretas para que eles possam refletir e assumir uma posição frente aos avanços da ciência que podem interferir em sua vida.

Recursos didáticos

Transforme a sala de aula em um ambiente de estudo e pesquisa, oferecendo aos alunos materiais como jornais e revistas. Se houver uma sala de informática ou acesso a computadores, o trabalho pode ser ampliado com consultas à internet. Desenvolvimento da atividade Comece o trabalho um mês antes, pedindo aos alunos que construam um registro coletivo dos avanços em Ciências Naturais durante esse período de tempo. Diariamente, em momentos marcados com antecedência, um aluno deverá apresentar um recorte de jornal ou revista ou ainda um resumo de uma notícia que tenha aparecido em algum telejornal, acompanhado de um comentário sobre os impactos, positivo ou negativo, que o fato poderia causar na sociedade, quer do ponto de vista econômico ou político. Insista no registro detalhado da fonte indicando qual o veículo de mídia e a data de publicação. Um espaço deverá ser reservado para afixar os trabalhos. Ao final de um mês, a classe terá um panorama de novos avanços nas ciências da natureza e poderá avaliar o quanto desses estão representados pela área de genética e de biologia molecular.


A partir daí, sonde as representações que os alunos construíram sobre genoma humano, alimentos trasngênicos e clonagem. Faça isso por meio de perguntas diretas. Descarte as explicações fantasiosas e trabalhe com as coerentes (mesmo que não necessariamente corretas).


Explique sucintamente que o projeto Genoma Humano foi oficialmente iniciado em 1990 e consistia em mapear os cromossomos e determinar a seqüência de bases nitrogenadas de todos os genes humanos. Estava previsto para durar 15 anos e contava com um orçamento de 3 bilhões de dólares.


James Watson, um dos pais do modelo da dupla hélice do DNA, foi convidado para dirigir o projeto e intermediar os conflitos do que já foi chamado de "o maior projeto civil desde a conquista da Lua".

Em 1992, Watson deixou a direção do projeto, por ser contra o pedido do Instituto Nacional de Saúde, dos EUA, para patentear três mil genes humanos. Afinal, o projeto não era mundial? Ou seria norte-americano? Um dos argumentos que justificam a demora dos resultados é justamente a competição e a não colaboração entre as várias equipes dos diferentes países.

Estariam todos esperando o momento de também tentar uma patente?

A quem pertencem os genes humanos?


Hoje, especula-se que o projeto tende a priorizar as pesquisas dos genes que envolvem doenças, não só pelos benefícios imediatos dos tratamentos, mas por serem mais comerciais, principalmente quanto aos diagnósticos.


Outro ponto merece destaque: o projeto afastou a participação de países pobres e em desenvolvimento das pesquisas e de qualquer fórum de discussão, inclusive sobre o repasse dos conhecimentos gerados.


O que temos após o anúncio do seqüenciamento? Esta é a outra parte do trabalho. Oriente os alunos para uma pesquisa em jornais, revistas e, se possível, internet. É muito importante esclarecer o que se quer, qual o período que deve ser abordado (2000 e 2001 é o suficiente, mas pode ser ampliado), o que deve ser procurado e como deve ser feito. A internet é uma boa ferramenta de trabalho, desde que tenha algum significado para o aluno. Caso contrário, avalia-se apenas a qualidade das impressoras.


O trabalho de pesquisa por si só já é uma atividade das mais importantes, independente do conteúdo abordado, pois serve para desenvolver habilidades que são utilizadas em qualquer área; se o aluno não aprender tudo sobre a clonagem não há grande prejuízo, mas se souber pesquisar, poderá fazê-lo para qualquer disciplina e conteúdo. Portanto, a orientação é o ponto mais importante; invista tempo nisso. O professor de Língua Portuguesa é uma excelente ajuda nesse momento.


Peça aos alunos, e leve para a classe, os mais variados tipos de textos: notícias, reportagens, textos de opinião e textos não-verbais: fotos, gravuras, gráficos. Novamente, envolva o professor de Língua Portuguesa para o melhor uso de cada tipo de material. Não basta reunir um acervo, é preciso propor atividades de leitura, de análise, de resumo, de debate de idéias.


Confronte as novas informações com os conhecimentos prévios dos alunos: o que pensavam e o que mudou?

Quais os impactos das novas descobertas para a humanidade?

Após o anúncio da descoberta da seqüência das bases nitrogenadas, pouca coisa mudou, exceto o número estimado de genes que, de 100 mil foi reduzido para 30 mil. Sabemos apenas a seqüência, mas não sabemos ainda o que fazer com isso, não somos capazes de transformar moléculas de DNA em seres vivos. Ainda falta determinar quais partes têm significados (genes) e o que determinam. Neste ponto, proponha uma discussão sobre o filme Parque dos Dinossauros (Jurassic Park, Steven Spielberg, Universal Pictures). No filme, um cientista consegue reproduzir dinossauros com o DNA encontrado no sangue de um inseto fossilizado. É interessante rever o filme para identificar quais fatos apresentados são ficção e que outros poderiam ter uma comprovação científica. A recente clonagem humana também merece atenção. A descoberta foi anunciada pela mídia, mas não passou pelos canais científicos, ou seja, não foi submetida à avaliação da comunidade científica competente. Analise com os alunos o significado desse tipo de autopromoção. Na verdade, o que se obteve não representa nenhum avanço.


O tema é muito interessante, pois trata de alguns "fetiches" científicos: saber a cor de olhos dos filhos, o sexo, o tipo físico. Seria impossível produzir aqui um roteiro de aula que contemple todo o assunto, mas fique atento e preparado para as questões que podem aparecer, principalmente sobre a ética e o determinismo genético. Existe uma tendência a reduzir todas as explicações das estruturas da sociedade em termos do comportamento geneticamente determinado dos indivíduos que a compõem. Isso não é verdade, pois existe uma forte influência do ambiente na formação do indivíduo.


Hoje, o grande apelo para a clonagem se justifica pela possibilidade da obtenção de células-tronco, células indiferenciadas que têm o potencial de se transformar em qualquer outra célula, que poderiam ser usadas para o tratamento de diversas doenças, como distrofias musculares e acidentes neurológicos. Existem, no entanto, formas de obter essas células sem a necessidade de produzir um embrião: podem ser obtidas em placentas, na medula de alguns ossos e no cordão umbilical dos recém-nascidos. Não se clona nem para produzir gente (pelo menos por enquanto), nem para se produzir órgãos (seria necessário "produzir" alguém e depois matá-lo para a retirada dos órgãos). O trabalho pode ser ampliado para terapias gênicas e alimentos transgênicos. Avaliação O processo da pesquisa deve ser avaliado acompanhando-se os passos dos alunos ou pedindo a realização de tarefas intermediárias. Se você perceber que os alunos levantaram muitos fatos e argumentos importantes, proponha a realização de um debate, dividindo os alunos em grupos, chamando outros professores e até mesmo profissionais para participar (de preferência, da área das ciências das humanidades, tal como Psicologia, Filosofia, História e Sociologia). Cada grupo pode se comprometer a explorar um tema: clonar humanos, clonar para obter células-tronco, proibir clonagem, permitir clonagem com fins terapêuticos. O debate em torno do assunto também deve ser avaliado.


Algumas leituras críticas podem ser feitas, de preferência com a participação do professor de Língua Portuguesa: a novela O Clone (Glória Perez, Rede Globo), analisando o que há de verdade e de fantasia; Frankenstein (Mary Wollstonecraft Shelley, Editora Martin Claret), para discutir os limites da Ciência; O Sorriso do Lagarto (João Ubaldo Ribeiro, Nova Fronteira, 1991) e Os meninos do Brasil (Original: The boys from Brazil. Direção de Franklin J. Schaffner. Com Gregory Peck, Laurence Olivier, James Mason, 1978. EUA. 127 minutos).

DIDÁTICA: PLANO DE AULA O QUE É ISSO?



Mesmo para um professor experiente, é impossível entrar em classe sem antes planejar a aula. É por isso que os profissionais que entendem bastante de didática insistem na idéia de planejamento como algo que requer horário, discussão, esquematização e certa formalidade. Agindo assim, tem-se uma garantia de que as aulas vão ganhar qualidade e eficiência.


Tecnicamente, plano de aula é a previsão dos conteúdos e atividades de uma ou de várias aulas que compõem uma unidade de estudo. Ele trata também de assuntos aparentemente miúdos, como a apresentação da tarefa e o material que precisa estar à mão.


O plano de aula se articula com o planejamento - a definição do que vai ser ensinado num determinado período, de que modo isso ocorrerá e como será a avaliação. O planejamento, por sua vez, se baseia na proposta pedagógica, que determina a atuação da escola na comunidade: linha educacional, objetivos gerais etc.


Portanto, o plano de aula se encontra na ponta de uma seqüência de trabalhos. Esse encadeamento torna possível uma prática coerente e homogênea, além de bem fundamentada.


Tema, objetivo e avaliação devem ser definidos


Antes de partir para o plano de aula, é preciso dividir em etapas o planejamento de um determinado período (bimestre ou quadrimestre, por exemplo). Com uma idéia do todo, fica mais fácil preparar o plano conforme o tempo disponível. Não há modelos certos ou errados. Os planos de aula variam segundo as prioridades do planejamento, os objetivos do professor e a resposta dos estudantes. Mesmo assim, é possível indicar os itens que provavelmente constarão de um plano de aula proveitoso.


Um dos primeiros tópicos da lista deve ser o próprio assunto a ser tratado. Logo em seguida vêm os objetivos da atividade e que conteúdos serão desenvolvidos para alcançá-los. As possíveis intervenções do professor (como perguntas a fazer), o material que será utilizado e o tempo previsto para cada etapa são outros itens básicos.


Finalmente, é preciso verificar a eficiência da atividade. A única forma de fazer isso é avaliar o aluno. O critério de avaliação também é flexível. Avaliar apenas com base na expectativa definida lá no começo pode tornar o trabalho superficial. Da avaliação dependem os ajustes a serem feitos no processo. Eles são fundamentais para que a aula dê certo. "Ela não pode ser muito fácil nem muito difícil, mas um desafio real para o aluno.



Planejar dá mais experiência para antecipar o que pode acontecer. Com base nisso, o professor se prepara para os possíveis caminhos que a atividade vai tomar. Não é desejável prever cada minuto da aula. Os planos vão se construindo a cada etapa, dependendo do que foi percebido na etapa anterior. Se o plano de aula não prevê tempo e espaço para os alunos se manifestarem, a possibilidade de indisciplina é grande - e de aprendizado problemático também.



O plano de aula dá abertura para lidar com o imprevisível sem perder o pé. É um fio condutor para onde sempre se volta.



Os alunos não são os únicos modificados pelo aprendizado. Reservando um tempo depois da aula para refletir sobre o que foi feito, você tem oportunidade de rever sua prática pedagógica. Se o trabalho for acompanhado por um orientador ou coordenador pedagógico, tem-se um dos melhores meios de formação em serviço. Portanto, o plano de aula é uma bússola para que você conduza da melhor forma seu dia-a-dia profissional.



Um plano de aula colocado em prática


Entre as atividades do programa Escola que Vale (parceria entre o Cedac, a Companhia Vale do Rio Doce e prefeituras municipais) está a formação docente. Jacymere Chaves Barbosa, professora da 1a série da Unidade Escolar Anjo da Guarda, em São Luís, participou do programa, que ensina, entre outras coisas, a criar um plano de aula.
Com as colegas da mesma série, ela fez um plano para um projeto sobre contos de fadas. O objetivo era levar os alunos a escolher histórias para serem recontadas a crianças de uma classe de Educação Infantil. Na primeira aula, a professora propôs a atividade e selecionou livros com os alunos.
Veja, a seguir, o plano da segunda aula.


Objetivos das práticas de leitura: despertar interesse de ler e ouvir contos; promover a confiança dos estudantes como leitores; manipular os livros para criar expectativas; e coordenar informações de texto e de ilustrações.



Objetivos das práticas de escrita: listar títulos e personagens e relacionar novas palavras às já conhecidas.



Livros a utilizar: separar os que só contêm um conto dos que reúnem vários e os que exigem maior e menor habilidade de leitura.


Orientações didáticas e possíveis intervenções: no primeiro momento, os alunos lêem os títulos dos livros para identificar os que ainda não conhecem. A tarefa é feita com os estudantes sentados em roda, manipulando e trocando os livros colocados no centro. Depois, eles são organizados em grupos de três, para trocar impressões e brincar com os livros. Caso as crianças fiquem atentas demais às ilustrações, peça que elas leiam o índice e elabore algumas questões.

No segundo momento, faça um ditado dos títulos dos contos.



A aula foi filmada e depois debatida com Jacymere e os demais professores da 1a série, que também aplicaram o plano. O grupo discutiu questões como: que recursos os alunos utilizaram para ler? Que intervenções ajudaram as crianças a avançar nos conhecimentos?
Jacymere fez uma autocrítica. Notou que poderia ter planejado melhor o uso do espaço da sala, que não foi muito funcional. Os professores perceberam ainda que não tinham pensado em adequar o desafio da atividade ao nível de alfabetização de cada aluno. As conclusões foram levadas em conta nos planos das aulas seguintes.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

O QUE É DIDÁTICA?



Como adjetivo - didático, didática - o termo é conhecido desde a Grécia antiga, com significação muito semelhante à atual, ou seja, indicando que o objeto ou a ação qualificada dizia respeito a ensino: poesia didática, por exemplo.
No lar e na escola, procedimentos assim qualificados -didáticos - tiveram lugar e são relatados na história da Educação. Como objeto de reflexão de filósofos e pensadores, participam da história das idéias pedagógicas.A situação didática, pois, foi vivida e pensada antes de ser objeto de sistematização e de constituir referencial do discurso ordenado de uma das disciplinas do campo pedagógico, a Didática. Na longa fase que se poderia chamar de didática difusa, ensinava-se intuitivamente e/ou seguindo-se a prática vigente. De alguns professores conhecemos os procedimentos, podendo-se dizer que havia uma didática implícita em Sócrates quando perguntava aos discípulos: "pode-se ensinar a virtude?" ou na lectio e na disputatio medievais. Mas o traçado de uma linha imaginária em torno de eventos que caracterizam o ensino é fato do início dos tempos modernos, e revela uma tentativa de distinguir um campo de estudos autônomo.
[...]Qual a Situação Atual da Didática?
Chegou o momento de procurar responder às questões iniciais, que giram em torno do objeto de estudos e da delimitação do campo da Didática, de sua autonomia e relacionamento com outras áreas de conhecimento e reflexão.Conseguindo-se apontar o núcleo dos estudos didáticos, ou seja, o Ensino, como intenção de produzir aprendizagem e sem delimitação da natureza do resultado possível (conhecimento físico, social, artístico, atitudes morais ou intelectuais, por exemplo), e de desenvolver a capacidade de aprender e compreender, é fácil entender que suas fronteiras devem sei fluidas. E que essa fluidez é qualidade e não defeito, pois permite sua aproximação com conhecimentos psicológicos, sociológicos, políticos, antropológicos, filosóficos ou outros.Mas, afinal, será mesmo a Didática apenas uma orientação para a prática, uma espécie de receituário do bom ensino? Esse é um dos mais discutidos problemas da disciplina. Se assim fosse não valeria a atenção de tantos, embora possa até chegar lá, como qualquer disciplina que comporta aplicações práticas. Mas a teorização em Didática é quase uma fatalidade: em todas as discussões há, explícita ou implicitamente, uma tomada de posição teórica. Disse um eminente pensador, há muitos anos, que o pedagogo quase nunca foi o filósofo de sua pedagogia ...
Assim é a Didática, que, como vimos, se aproxima de outras teorias, em sua necessidade de explicar as relações entre os eventos que estuda, pois a função da teoria é a explicação.A Didática deve conviver com essa dupla feição, teórica e prática. Como a Medicina. E uma prática muito especial, pela responsabilidade social que a envolve, já que tem uma grande impregnação social. Mas são diferentes a elaboração de um rol de prescrições e o traçado de conjecturas, de proposições com diferentes graus de probabilidade, de hipóteses conduzidas pela teoria. Pois os caminhos didáticos, ao contrário do que julgam alguns tecnodidatas, são amplos e diferenciados e não estritos e exclusivos.

DIDÁTICA: EXEMPLO DE PLANO DE AULA




AULA SOBRE FOTOSSINTETIZANTES



Assunto: Extrair dois pigmentos fotossintetizantes (clorofila e xantofila).


2) Relacionar estes pigmentos ao processo fotossintético.3) Reconhecer a importância da clorofila para absorção de luz.4) Identificar a presença de outros pigmentos nas folhas dos vegetais.



Comentário introdutório


A fotossíntese é o processo realizado pelos vegetais para obtenção de alimentos através da captura do CO2, H2O e energia solar; formando glicose, O2, e energia, conforme representa a equação abaixo:



Para tal processo se realizar é necessário a presença do pigmento (clorofila) que se localiza no interior da organela citoplasmática exclusiva dos vegetais, denominada cloroplasto, que absorverá a luz do ambiente realizando assim a reação química.




Materiais


· folhas de diferentes vegetais
· álcool
· éter ou gasolina
· algodão
· funil
· almofariz com pistilo
· béquer
· tubo de ensaio
· estante para tubos de ensaio
· proveta


Estratégias



1) Formar grupos de até cinco alunos e pedir para se organizarem em suas bancadas, caso haja um laboratório na escola. Caso contrário, os materiais deverão ser colocados em uma mesa.


2) Pedir para que peguem o almofariz coloquem as folhas a serem maceradas com álcool e, com o pistilo, iniciar o processo de triturar. Após triturar muito bem, os alunos deverão colocar o algodão dentro do funil e este no béquer.



3) Jogar a solução de álcool com folha triturada sobre o algodão filtrando a mistura.



4) Repita esse procedimento novamente.



5) Coloque a mistura na proveta, medindo a quantidade de líquido obtida.



6) Em seguida transfira o conteúdo para um tubo de ensaio.



7) Meça através da proveta o éter (ou gasolina), que deve ter o mesmo valor do líquido (álcool com folha). Acrescente ao tubo de ensaio. Agite bem.



8) Vale lembrar que os produtos álcool, éter e gasolina são inflamáveis e voláteis.



9) Observe a separação de misturas. Haverá a distinção da xantofila (pigmento amarelo) e clorofila (pigmento verde).



10) Realizar as anotações de procedimentos e resultados no caderno para elaboração de relatório.



Sugestões



O professor poderá realizar o procedimento com folhas de diferentes cores (amarela, roxa, verde), analisando o resultado obtido nos diferentes grupos.

DIDÁTICA: PLANEJAR É O CAMINHO


Só ensina bem quem sabe aonde quer levar os alunos e se prepara para chegar lá!
A atividade de planejar é considerada complicada, chata e burocrática por boa parte dos professores!
Planejar é simples... Defina os objetivos e o caminho para alcançá-los. É preciso caminhar muito, mas quem faz o percurso encontra a chave para o sucesso!

OS DEZ MANDAMENTOS PARA BEM PLANEJAR!

1) ESQUEÇA A BUROCRACIA
Antes o Plano vinha pronto, em pacotes. Hoje quem leciona tem espaço para criar!

2) CONHEÇA BEM DE PERTO O SEU ALUNO
Pergunte-se sempre: “O que meu aluno deve e pode aprender?”.

3) FAÇA TUDO OUTRA VEZ (E MAIS OUTRA)
O planejamento deve ser sempre alterado, de acordo com as necessidades da turma.

4) ESTUDE PARA ENSINAR BEM
Uma pessoa só pode ensinar aquilo que sabe, porém é preciso, também, saber como ensinar.

5) COLOQUE-SE NO LUGAR DO ESTUDANTE
Você deve saber se os temas trabalhados em sala são importantes do ponto de vista do aluno.

6) DEFINA O QUE É MAIS IMPORTANTE
Os critérios para estabelecer o que é mais importante ensinar devem ser as necessidades dos alunos.

7) PESQUISE EM VÁRIAS FONTES
Toda aula requer material de apoio. Busque informações em livros, em revistas, na Internet...

8) USE DIFERENTES MÉTODOS DE TRABALHO
Métodos como: aulas expositivas, atividades em grupo e pesquisas são excelentes aliados!

9) CONVERSE E PEÇA AJUDA
Converse com os colegas! Aproveite as reuniões!

10) ESCREVA, ESCREVA, ESCREVA
Compre um caderno e anote, no fim do dia, tudo o que você fêz em classe. Esta é uma forma de você analisar o que está ou não dando certo em seu trabalho!

COMO FAZER UM PLANO DE AULA

É comum professores cometerem um grave erro ao montarem um Plano de aula: fazê-lo para si próprio. O Plano de aula deve ser feito para o aluno!

Como assim?! Você deve estar se perguntando...

É simples: o centro de um Plano de aula é, sem dúvida, o aluno! Como vai aprender e como vai receber o que você está propondo.
É preciso fazer com que o aluno estude para aprender e não para “passar de ano” e você só conseguirá isto se fizer um Plano de aula, onde ele (o aluno) é o “tema central”.

Mas o que eu, como professor(a), penso não conta?

É claro que sim, pois nós, educadores, somos os responsáveis por propiciar situações em que o aluno se aproprie do conhecimento. Lembre-se: o aluno não é um ser que não sabe nada e vai à escola para aprender tudo com o professor, que é o detentor do saber.
Agora que já “sabe” que o tema central do Plano de aula deve ser o aluno, você deve preocupar-se em criar situações interessantes para sua aula.
Como são seus alunos? Do que mais gostam? Ouvir histórias, dançar...?

Evite pensar: “Como vou ensinar isto à turma?” e pense: “Como meus alunos irão aprender isto?”. O processo de ensino-aprendizagem é uma troca gostosa: você aprende com seus alunos e eles com você, pois cada criança já chega à escola com conhecimentos diversos... Assim como o professor...

Os alunos não são todos iguais, logo não aprendem da mesma forma. O educador deve conhecer e respeitar seu aluno. Respeitar seus limites, suas dificuldades, sua opinião...

Vamos para a prática!

Primeiro – TEMA GERADOR: Sua aula será sobre o quê?
Segundo – OBJETIVO: O que seu aluno deve FAZER, SABER e SER?
FAZER – o que seu aluno vai fazer durante a aula? Pintar? Dançar? Escrever? Recortar? Colar?
SABER – a atividade que seu aluno desenvolveu o levou a saber o quê? O que ele “aprendeu”?
SER – a atividade que seu aluno fez o levou a se apropriar de um conhecimento, certo? Como este conhecimento acrescentará nele (o aluno) como pessoa, cidadão?
Terceiro – PROCEDIMENTOS: como será desenvolvida a sua aula? Como proceder para que o aluno FAÇA, SAIBA e SEJA?!
Quarto – AVALIAÇÃO: como você avaliará seu aluno? (Não fique sentado durante o desenvolvimento das atividades, circule pela sala de aula observando-os e tirando, possíveis, dúvidas. Elogie, estimule, avalie!).

Algumas idéias!
Monte um Plano de aula em que o aluno participe. Promova debates, ouça-os e faça com que ouçam a você (eu utilizo muito a frase: Quando um fala o outro escuta!”).

Criança, adolescente, jovem e adulto gosta de se sentir útil, promova brincadeiras para escolher o AJUDANTE DO DIA (em minhas aulas o ajudante conta uma história ou narra um fato que aconteceu em sua vida, para a turma!). Decore a sala com enfeites confeccionados por eles mesmos.

Evite abstrair em suas aulas quando falar em “algo” leve “este algo” para que a turma veja. Se não puder levar, consiga fotos e mostre à eles.
Não crie situações complicadas demais, ofereça desafios pertinentes à idade de seu aluno. Fale de situações que lhe sejam familiares, cite o nome de algumas crianças e peça, se estas se sentirem seguras para tal, que contem como foi seu dia, ou como foi sua última festa de aniversário... A partir daí conduza a aula de acordo com o TEMA GERADOR e vá inserindo os conteúdos propostos...

Leia bastante. É importante que você domine o assunto que está “propondo” à turma...

O QUE É UM LICENCIADO EM BIOLOGIA E SUA ATUAÇÃO?


Sabendo que a Biologia estuda todo ser vivo (animal e vegetal), considerando o aspecto evolutivo da origem, seu desenvolvimento e sua fisiologia, além de estudar as propriedades físicas e químicas ocorridas nos organismos, ela se preocupa com problemas ambientais, ecológicos e da saúde, buscando técnicas modernas, como a biotecnologia, para propor soluções.
O QUE VISA O CURSO DE LICENCIATURA EM BIOLOGIA

O curso de Licenciatura em Biologia visa formar educadores competentes, com sólida e ampla formação humanística, capazes de atuar no ensino fundamental (séries finais) e médio, de forma a abordar os temas das Ciências Biológicas de forma multi e interdisciplinar, trabalhar os temas transversais, em prol de uma abordagem ética e social dos conteúdos, de forma a permitir o desenvolvimento das capacidades necessárias para a efetiva participação social.
IMPORTÂNCIA SOCIAL DO CURSO

A Biologia é hoje uma das áreas do conhecimento com maior deficiência de professores graduados e capacitados para o seu ensino. As regiões norte, centro-oeste e nordeste são as mais afetadas por essa deficiência, apesar de terem os principais biomas brasileiros: amazônia, cerrado, pantanal, mata atlântica e caatinga. Tal deficiência também tem, portanto, conseqüências ambientais incomensuráveis.

Os Estados em que o curso é ofertado possuem uma grande demanda por professores, além de professores leigos em atuação. Isso compromete tanto o desenvolvimento científico-tecnológico do país como a preservação ambiental e, também, qualquer desenvolvimento local nos mais diferenciados setores, como saneamento, saúde e outros.
O MERCADO DE TRABALHO

A Biologia está entre as 10 profissões do novo milênio, com participação efetiva nas áreas de:
saúde,
engenharia genética,
microbiologia,
agronomia e
meio ambiente.
O curso está dividido em licenciatura e bacharelado.
A licenciatura forma professores para o ensino médio e fundamental. O bacharelado permite a atuação na pesquisa em universidades, centros de pesquisa e a integração dos biólogos com profissionais das mais diversas áreas.
No campo do magistério, com a nova proposta de ensino e o novo papel que o educador está conquistando, o Biólogo participa diretamente da formação e reciclagem de profissionais nas áreas biológicas e da saúde.

ÁREAS DE ATUAÇÃO:

Genética: * Genética Geral *Aconselhamento Genético *Genética Humana *Genética Molecular *Genética de Microorganismos *Genética do Desenvolvimento *Radiogenética *Citogenética *Engenharia Genética *Evolução *Conservação em Laboratórios de *Recursos Genéticos


Ciências Morfológicas:
* Citologia * Citopatologia * Embriologia Molecular * Embriologia Experimental * Embriologia Vegetal e Animal * Anatomia Vegetal * Anatomia Humana * Histologia * Histopatologia * Histofisiologia * Histoquímica

Botânica:
*Sistemática e Taxomia de Vegetais * Anatomia Vegetal * Fisiologia * Bioquímica dos Vegetais * Fitogeografia * Botânica Ornamental * Jardinagem * Botânica Aplicada à Farmacologia * Paninologia * Fitopatologia * Estudos e Análises de Sementes * Dinâmica de Populações Vegetais * Reflorestamento * Levantamento e Prospecção de Recursos Vegetais * Farmacognosia * Fitossanidade * Dendrologia
Zoologia:
* Zoogeografia * Zoologia Econômica * Dinâmica de Populações Animais * Manejo de Populações Animais * Silvestres * Anatomia Animal * Fisiologia Animal * Protozoologia * Malacologia * Carcinologia * Entomologia * Parasitologia Animal * Taxidermia * Ictologia * Ornitologia * Mastozoologia * Herpetologia

Ecologia:
* Ecologia Animal * Ecologia dos Solos * Ecologia Marinha * Ecologia de Microorganismos * Ecologia Aplicada * Ecologia de Populações * Ecologia de Comunidades * Ecologia Energética * Ecologia de Ecossistemas * Ecologia Costeira * Tecnologia Ambiental * Recuperação de Ecossistemas * Análise de Ecossistemas Naturais e Artificiais * Paleoecologia * Preservação e Conservação de Recursos Naturais * Limnologia * Ecologia de Estuários * Ecologia Humana * Planejamento Ambiental * Controle de Poluição * Reciclagem dos Resíduos Orgânicos * Manejo de Recursos Naturais Renováveis * Controle de Pragas e Cultivos Vegetais * Toxicologia dos Pesticidas * Controle Químico Biológico * Integrado de Pragas * Biologia Sanitária e Ambiental * Banco de Amostras Ambientais * Monitoramento Biológico * Controle e Monitoramento Ambiental * Biolixiviação * Vermicompostagem * Compostagem

Microbiologia
* Micologia * Micologia Aplicada * Biologia de Fermentação * Imunologia * Bacteriologia * Microbiologia de Alimentos * Preservação dos Alimentos * Bioquímica de Microorganismos * Gestão Aeróbica e Anaeróbica * Virologia * Enziminologia * Microbiologia Ambiental

Biologia Econômica
* Paisagismo * Aquicultura * Sericultura * Biologia de Pesca * Zoologia Econômica * Botânica Econômica * Apicultura * Levantamento e Prospecção de Recursos Biológicos * Carcinicultura * Manejo de Animais Silvestres * Helicicultura * Milicultura * Osteocultura * Psicultura * Ranicultura * Vermicultura * Manejo de Espécies Vegetais * Silvestres

Administração
* Administração de Jardins Botânicos * Administração de Herbários * Administração de Museus de História Natural * Administração de Jardins Zoológicos * Adminstração de Exposições Biológicas * Administração de Recursos Aquáticos * Administração de Unidades de Conservação * Administração de Biotérios * Administração em Órgãos Públicos e Privados de Áreas Afins

Outras Áreas
* Paleontologia * Paleobiografia * Biografia * Oceanografia Biológica * Oceanologia Biológica * Biologia Marinha Fisiologia Geral * Fisiologia Humana * Fisiopatologia Animal e Vegetal * Parasitologia Humana * Bioquímica * Biofísica * Matemática Aplicada à Biologia * Bio-Estatística * Biologia Quantitativa * Análises Clínicas * Educação Ambiental * Ecoturismo * Avaliação de Impacto Ambiental * Ecotecnologia * Sensoriamento Remoto Aplicado * Biotecnologia * Sociobiologia * Aerofotogrametria * Biologia dos Solos * Bioclimatologia * Foto Interpretação * Informática Aplicada à Biologia * Inventário e Avaliação do Patrimônio Cultural * Bioespeleologia * Criobiologia * Biologia Aero-Espacial * Radiobiologia * Ensaios Radionizantes * Radio Imunoensaios * Tecnologia Bionuclear * Ecotoxicologia * Hidroponia * Auditoria (Auditagem) Ambiental * Biotério * Cultura de Tecidos

Requisitos Pessoais:
• Interesse em pesquisa e no estudo de organismos vivos ou fósseis;
• Capacidade de observação acurada;
• Abordagem lógica para resolver problemas;
• Boa capacidade de comunicação oral e escrita;
• Saber trabalhar em equipe e também de maneira independente.

BIOLOGIA - O QUE É?

Biologia significa "estudo da vida"(Bio = vida; Logia = estudo).

A Biologia, para ser melhor estudada possui várias subdivisões.

Algumas subdivisões da Biologia:

- Citologia: Estudo da célula.
- Histologia: Estudo dos tecidos.
- Embriologia: Estudo de embriões.
- Taxonomia e Sistemática: Estuda as prováveis relações de parentesco entre os seres vivos, de acordo com suas semelhanças.
- Anatomia: Estuda as estruturas e formas de células, tecidos, órgãos ou sistemas.
- Fisiologia: Estuda o funcionamento das células, tecidos, órgãos ou sistemas.
- Genética: Estuda a química do material hereditário, mecanismos de transmissão e o modos de ação desse material.
- Evolução: Estuda como e por que as espécies evoluem.
- Ecologia: Estuda as relações dos seres vivos entre si com o meio ambiente.


Método Científico

Método científico, é o critério da busca do conhecimento científico.

Essas são as etapas do Método Científico:

1. Observação crítica dos fatos
2. Elaboração de uma pergunta ou identificação de um problema a ser resolvido.
3. Formulação de uma hipótese por indução: possível resposta para responder à pergunta ou solução potencial para resolver um problema.
4. Dedução: o que deve acontecer se a hipótese for verdadeira.
5. Experimentação ou novas observações para testar a dedução.
6. Conclusão.

Se uma hipótese for confirmada, ela se torna uma Teoria.